sábado, 26 de julho de 2014

"100 anos de história: mais que um clube, uma nação" Capítulo 7 - Anos 2000, rebaixamentos, primeiros títulos do século

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Se a década de 90 do Palmeiras foi marcada por glórias e mais glórias, a década seguinte representou um retrocesso ao time do Parque Antárctica. Depois de conquistar os títulos expressivos no século XX, o Alviverde não sustentou-se no topo e entrou num mar de azar na virada secular, passando um longo período sem conquistar um título expressivo sequer. Como se não bastasse, caiu para a segunda divisão em 2002 e quase perdeu um de seus maiores ídolos para o futebol internacional. No decorrer dos anos, a fase melhorou, mas depois o clube tornou-se a encontrar-se com o azar, sendo rebaixado novamente em 2012, após conquistar a Copa do Brasil do mesmo ano. Estes serão os temas abordados no penúltimo capítulo da série especial do Centenário aqui no blog do Palmeirismo.

Do triunfo colossal ao repugnante infortúnio

No início dos anos 2000, o torcedor palmeirense estava completamente tomado pela expectativa de ver o Verdão dar continuidade à sua sequência de grandes conquistas, mas não foi bem assim que aconteceu...

Depois de eliminar o Corinthians na partida simbólica da semifinal da Libertadores de 2000, onde Marcos virou santo ao defender o pênalti de Marcelinho Carioca, o Palmeiras enfrentaria o Boca Juniors na finalíssima. O palco do primeiro jogo foi a La Bombonera, onde as equipes ficaram no empate por 2 a 2. A decisão seria em casa e o Palmeiras podia ser bicampeão, mas o Boca venceu por 4 a 2 e deu início ao revés do Alviverde. Este foi apenas um dos inúmeros fracassos do Palmeiras nos anos 2000 no Palestra Itália.

Nos campeonatos continentais, o Verdão viveu um drama em casa, na decisão da Copa Mercosul de 2000. O time vencia o Vasco por 3 a 0, mas tomou a virada no segundo tempo. No mesmo ano, as derrotas para São Paulo e São Caetano tiraram a equipe alviverde da Copa do Brasil e da Copa João Havelange, respectivamente.

Dos fracassos do Palmeiras no Palestra Itália, um deles veio com uma vitória, mas insignificante. Diante do Asa de Arapiraca, pela primeira fase da Copa do Brasil, uma derrota por 1 a 0, fora, e um triunfo por 2 a 1, em casa, eliminaram a equipe do torneio.

A expectativa que torcedor alviverde carregava consigo no início do ano foi se esvaindo, transformando-se em uma dolorosa incerteza acompanhada do receio em que o pior acontecesse. Em 2001, o Palmeiras não foi AQUELE TIMAÇO, mas teve um aproveitamento mediano, beeeeeem mediano, somando um total de 27 vitórias, 23 derrotas e 14 empates, tendo 108 gols marcados e 103 sofridos em todo o ano, disputando o Torneio Rio - SP, Campeonato Paulista, Libertadores da América, Copa Mercosul e Campeonato Brasileiro. No decorrer daquele ano, o Alviverde teve três técnicos em seu comando: Marco Aurélio, Celso Roth e Márcio Araújo.

O rebaixamento, parte 1

Em 2002, o Palmeiras tentaria não repetir a carência de títulos do ano anterior, mas na verdade, algo pior aconteceu. Desde as primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, o Alviverde era atormentado pelo pesadelo de possivelmente ir para a segunda divisão por conta de sua campanha pífia. O coração de todo palmeirense naquele ano era tomado por algo parecido com desespero, tristeza, aflição, agonia e tantos outros adjetivos que até hoje não são capazes de descrever o que o torcedor sentiu.

Diante do Vitória, o clube não conseguiu evitar o maior vexame de sua história no Barradão, em Salvador. O Palmeiras lutou, chegou a empatar duas vezes, mas sofreu dois gols nos últimos 15 minutos. Os gols que cavaram o rebaixamento do maior campeão do Brasil. Os gols que fizeram os corações dos torcedores palmeirenses doer de forma imensurável. Os gols que deixaram uma multidão aos prantos.


O "fico" que mudou a história Alviverde

Depois do choque ao ver o Palmeiras cair para a segunda divisão nacional, o torcedor se deparou com mais um drama, dessa vez em janeiro de 2003: a transferência de Marcos ao Arsenal. Logo ele, que havia brilhado na conquista do Penta do Brasil em  2002. Logo ele que era o Santo do Parque Antárctica. Logo o Marcão, o nosso Marcão. A transferência era dada como certa, como mostra a imagem abaixo. Por US$ 4 milhões (ou £ 2,5 milhões), o ídolo palmeirense de 29 anos teria concretizado sua saída do clube.
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Mas Marcos não foi. O desejo do goleiro era permanecer no clube e, com uma ajudinha dos sagrados deuses do futebol, a negociação teve complicações e não avançou, fazendo com que Marcos permanecesse no Brasil. O ano de 2003 foi muito difícil para o Palmeiras, mas a permanência do goleiro no Alviverde foi uma prova de amor ao clube que todo o torcedor esperava ver de um ídolo como ele, que recusou uma proposta milionária de um clube europeu para disputar a série B e colocar o Palmeiras no seu devido lugar novamente.

“Jogador que pula de time em time faz seu pé-de-meia, mas aquele que fica por mais tempo vai ser sempre lembrado. Quando falarem do Marcos do Palmeiras, todos vão saber que sou eu. Eu nunca vou me arrepender disso e seria legal se os jogadores de hoje em dia pensassem assim”, Marcos, em entrevista à Gazeta Press.

O Paulistão 2008

O mar de azar do Verdão era tanto, que o clube só voltou a levantar uma taça no ano de 2008, no campeonato estadual. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras se tornaria campeão paulista daquele ano. Nas dez primeiras rodadas, o Verdão não tinha um time titular definido, mas no decorrer do campeonato as coisas foram se acertando, tanto que o time permaneceu com uma longa série de invencibilidade até o fim da primeira fase, sendo 14 jogos invictos.

Choque-Rei nas semifinais

Apesar de apresentar uma excelente campanha, o Palmeiras terminou na vice-liderança do torneio, com o mesmo número de pontos do líder Guaratinguetá, mas com uma vitória a menos. Com isso, o Verdão decidiria a vaga para a final com o São Paulo, o terceiro colocado.

O primeiro jogo foi no Morumbi, onde o São Paulo venceu por 2 a 1 e tirou a vantagem do empate que pertencia ao Palmeiras. E quem viu se lembra que houve polêmica. O digníssimo árbitro Paulo César de Oliveira validou um gol de mão do atacante Adriano. A decisão foi no Palestra Itália. O Palmeiras venceu por 2 a 0 e garantiu a classificação para a final.
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De goleada é mais gostoso

A final do Campeonato Paulista seria decidida entre Palmeiras e Ponte Preta. O primeiro jogo aconteceu em Campinas, com vitória do Verde por 1 a 0, gol de Kléber. Na volta, o Verdão aplicou um verdadeiro massacre: 5 a 0! De goleada, o Palmeiras sagrava-se campeão paulista pela 22ª vez.
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"Não vou perder pra essa Ponte Preta nem a pau!"

Depois de todo o festejo do título recém-conquistado, um vídeo do vestiário do Palmeiras foi divulgado no programa Jogo Aberto, da Band e rapidamente se espalhou pela internet. O incentivo de Luxemburgo foi de arrepiar, mas o destaque vai para as sinceras palavras de Marcos. É impossível não se emocionar ao ouvir cada palavra do ídolo palmeirense que, com unhas e dentes, defendeu o Verdão.



A Copa do Brasil 2012

Apesar da conquista do Paulistão em 2008, foram 12 longos anos esperando por um título de expressão nacional. A Copa dos Campeões, organizada pela CBF em 2000, foi o último título (entre os grandes clubes do País) conquistado pelo Palmeiras. Depois de comandar o Verdão entre 1997 e 2000, Luis Felipe Scolari estava de volta ao clube.
A campanha apresentada pelo Palmeiras na Copa do Brasil 2012 foi impecável. Tendo posse do melhor ataque do torneio, o verdão somou 23 gols marcados e apenas seis sofridos. Com um total de oito vitórias e três empates, o Alviverde assumiu a terceira melhor campanha da história da competição e o segundo time a ser campeão invicto. Esta foi a quarta Copa do Brasil no currículo de Felipão, sendo a terceira invicta, e o Palmeiras assegurou sua hegemonia em títulos nacionais, somando 11, no total e continuando a ser o maior campeão nacional de todos os tempos.
Depois de todo o processo eliminatório, o Palmeiras chegou às semifinais diante do Grêmio, que era uma das equipes favoritas ao título. O primeiro jogo aconteceu no Olímpico Monumental com vitória do Verde por 2 a 0. Na volta, o empate em 1 a 1 assegurou a classificação do Palmeiras para a final contra o Coritiba.

Final entre alviverdes

Depois de passar pelo Grêmio nas semis, o Palmeiras tinha pela frente o Coxa, que também era um dos favoritos ao título (todo mundo era favorito, menos o Palmeiras). O jogo de ida, em São Paulo foi um tanto quanto complicado. O primeiro gol palmeirense foi de Valdivia, de pênalti. No finzinho da partida, Thiago Heleno ampliou e assegurou a vantagem. 

A decisão seria em Curitiba, no Couto Pereira. A pressão da torcida do time da casa seria enorme, mas a noite era dos visitantes. O jogo não foi assim tão fácil, tanto que o Coritiba só conseguiu abrir o placar aos 16 minutos do segundo tempo. Foi aí que o torcedor palmeirense se desesperou. Mas os deuses do futebol estavam fechadíssimos com o Palmeiras. A torcida do Coritiba ainda comemorava o gol quando uma falta a favor do Alviverde paulista foi marcada na entrada da área. Como todos se lembram, Marcos Assunção era O CARA, mas naquela noite, deixou o papel principal para um novo mito que estava prestes a se consagrar.

Depois de levantar a bola, Betinho (who?) cabeceou e garantiu a festa para a parmerada que estava no tal do Green Hell dos curitibanos. Foi ali que surgiu uma das mais inusitadas sátiras da torcida: o Betinho Green Hell, que garantiu ao Palmeiras o seu mais recente título nacional, dando fim à fila de 12 anos sem títulos expressivos do Verdão.

Rebaixamento, parte 2

Do céu ao inferno em quatro meses. Foi isso o que o torcedor palmeirense foi obrigado a aturar. Em quatro meses, o Palmeiras passou de campeão para rebaixado no mesmo ano. Muitos torcedores afirmam que o ano de 2012 foi um looping de emoções, e isso depois de exatos dez anos do primeiro rebaixamento. Ainda no fim do primeiro semestre, o foco do time era a Copa do Brasil, que veio sem dificuldades. Porém, o restante do ano seguiu em marcha lenta, apesar dos indícios de que o Verdão iria reagir, mas não deu.

Os esforços não foram suficientes e, no empate por 1 a 1 diante do Flamengo, o Palmeiras foi rebaixado pela segunda vez em sua história. O destino fez com que Vagner Love, criado nas categorias de base do Palmeiras, fosse o vilão do rebaixamento alviverde. Mas a confirmação do descenso veio depois, quando a Portuguesa empatou com o Grêmio por 2 a 2 no Canindé e assegurou o segundo rebaixamento da história do Palmeiras.

De volta para onde nunca deveria ter saído

Trezentos e quarenta e três dias de série B. Trezentos e quarenta e três dias de sofrimento foram precisos para que o Palmeiras retornasse à série A. A campanha do Palmeiras foi boa, mas a caminhada de retorno à elite não foi fácil. Apesar de tudo, o Verdão passou a maior parte do campeonato na ponta da tabela e conseguiu o título da Série B. No total, foram 38 jogos, sendo 24 vitórias, sete empates e sete derrotas.

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