segunda-feira, 26 de maio de 2014

"100 anos de história: mais que um clube, uma nação" Capítulo 5 – Era Parmalat, fim da fila e a conquista do bi-campeonato brasileiro

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   Depois do auge da Segunda Academia, o Palmeiras estava perdendo suas forças e a chuva de títulos foi cessando. Com gol de Ademir da Guia, o Palmeiras conquistava o Paulista de 1976 diante do XV de Piracicaba, o último do Divino pelo clube, e o último do Verdão por um longo prazo.
   O período de 1976 a 1992 foi um verdadeiro martírio para os torcedores palmeirenses. O arquirrival Corinthians sagrava-se Campeão Brasileiro pela primeira vez, enquanto o São Paulo fazia sua lista de troféus internacionais aumentar. Não tinha cabimento ver o Palmeiras amargar em um jejum de 16 anos sem um título sequer. Era necessário buscar uma saída para que o cenário do Alviverde mudasse no futebol nacional. Foi aí que a famosa Era Parmalat começou.

 O início de uma nova era

Foto: Reprodução 
   No dia sete de abril de 1992, o Palmeiras firmava um duradouro acordo com a Parmalat. O clube procurava uma maneira de dar um fim no árduo jejum de títulos, enquanto a marca italiana queria uma maior divulgação no Brasil. Perfeitos um pro outro. E o tal do casamento entre Palmeiras e Parmalat deu mais do que certo, rendendo bons frutos.
   Nessa parceria, os cofres do Verdão ficaram recheados, possibilitando a contratação de grandes nomes para o elenco, como Antônio Carlos, Roberto Carlos, Edmundo e Edílson, todos no começo do ano.  Depois de um curto prazo, Evair, Mazinho, César Sampaio e Zinho se integraram a equipe para dar início a um período promissor.
   No total, o Palmeiras conquistou 11 títulos carregando a marca da Parmalat como patrocínio-master. Destes títulos, foram três campeonatos Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, dois Torneios Rio-São Paulo, uma Copa dos Campeões da CBF, uma Mercosul e uma Copa Libertadores, a qual vamos falar detalhadamente no próximo post do blog.

Chega de jejum

   O primeiro título após a fila veio logo em 93, no Campeonato Paulista. O estadual era meio que uma oportunidade de testar o novo esquadrão alviverde. E deu certo: o Palmeiras terminou a primeira fase do torneio como líder, com 19 vitórias, 6 empates e 5 derrotas em 30 jogos disputados. A segunda fase era composta por dois grupos de quatro equipes, que definiriam os primeiros colocados como finalistas. Vencendo os seis jogos do seu grupo, o Palmeiras garantiu-se na final diante quem? Isso mesmo, o Corinthians, que tinha Ronaldo no gol e Viola no ataque.
   O regulamento do Paulista era bizarro, como sempre. Caso houvesse uma vitória para cada um dos finalistas nos dois jogos, haveria uma prorrogação e o time que possuísse a melhor campanha no torneio, jogaria pelo empate na prorrogação. (Aposto que nem os caras que escreveram o regulamento entenderam isso. Mas voltando ao que importa...). O primeiro jogo foi vencido pelo Corinthians, com único gol de Viola, que imitou um porco na sua comemoração com o intuito de provocar os rivais, claro. PORÉM, ele nem imaginava o que iria acontecer no próximo jogo. 
Foto: Reprodução
   E só deu Palmeiras no jogo de volta. A provocação de Viola serviu mais do que estímulo para que o elenco alviverde entrasse de corpo e alma (além da raiva, é claro)   no jogo. Zinho marcou o primeiro gol do Verdão e, no segundo tempo, Evair e Edílson também deixaram o deles. Se não fosse pelo regulamento maluco, o Palmeiras já poderia se considerar campeão pelo seu saldo de gols, mas mesmo assim o jogo seria decidido na prorrogação. Mesmo se não marcasse nenhum gol, o time seria campeão, porém, Evair foi lá e marcou mais um na conta.
   A torcida enfim pôde comemorar novamente uma nova conquista do Verdão. O grito entalado na garganta por 16 anos enfim foi solto, mas não totalmente, pois muita coisa ainda estava por vir.

Elenco do Palmeiras no Paulista de 93. Foto: Reprodução

Vinte anos depois, campeão nacional de novo...

   No Campeonato Brasileiro de 93, o Palmeiras apresentou uma campanha invejável: em 22 jogos, obteve 16 vitórias, empatou 4 e perdeu duas vezes apenas, além de possuir o melhor ataque, somando 40 gols marcados. Finalista, o Verdão enfrentou o Vitória, que contava com jovens promessas, como Dida e Alex Alves, além de Paulo Isidoro, Gil Sergipano e João Marcelo. Mas isso não atrapalhou em nada.
   O primeiro jogo aconteceu no estádio da Fonte Nova, repleto de torcedores, onde o time alviverde deu conta do recado e venceu a partida com gol único de Edílson. Na volta, a torcida palmeirense lotou o Morumbi e vibrou com os gols de Evair e Edmundo, que asseguraram o título brasileiro ao Verdão depois de vinte anos.
Foto: Reprodução

...e de novo

   Se em 93 o Palmeiras brilhou, em 94 não poderia ser diferente. Sobrando no Paulista ao comando de Luxemburgo, o alviverde teve 20 vitórias, sete empates e apenas três derrotas em 30 jogos disputados e Evair sagrou-se artilheiro do torneio com 23 gols. O Palmeiras guardou um troféu na estante e logo mais coparia o Brasileirão, que já estava a caminho.
   Com um bom desempenho, o Verdão se classificou facilmente para a final diante do querido rival. Sim, ele mesmo, o Corinthians. Naquele ano, o Palmeiras já havia derrotado a equipe do Parque São Jorge em decisões duas vezes: o Paulista e o Torneio Rio-São Paulo. Já estava de bom tamanho, não é mesmo? Mas é claro que não. O título do Brasileirão em cima dos alvinegros, sendo o terceiro seguido, seria para fechar o ano com chave de ouro.
   O primeiro jogo deu Palmeiras: 3 a 1 no placar, gols marcados por Rivaldo (2) e Evair. Na volta, as equipes ficaram no empate, mas o gol de Rivaldo garantiu o bicampeonato Alviverde, repetindo a façanha da Academia na década de 70. Não cabia alegria no coração do torcedor. O palmeirense que vivenciou a Era Parmalat, sem dúvidas, teve os dois melhores anos futebolísticos de sua vida.
Foto: Reprodução

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