quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

"100 anos de história: mais que um clube, uma nação" Capítulo 2 - Primeiros títulos, o início das rivalidades e o crescimento da torcida

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O primeiro de muitos

A Primeira Guerra mundial havia chegado ao fim. O mundo ainda estava se reestruturando, mas teoricamente, o sofrimento havia acabado. Na capital paulista, o Palestra Itália dava início a um ano que deixaria um marco em sua história, assim como muitos outros. 1920, quatro anos depois do clube se tornar profissional, seria o ano do primeiro título da sua história.
Apesar de ser fortemente prejudicado pela arbitragem, o Palestra foi dono de uma belíssima campanha no campeonato, mas mesmo assim empatou com o Paulistano no número de pontos e vitórias. Além do mais, a outra equipe tinha um ataque melhor, mas a defesa italiana era superior. Para o desempate, haveria uma partida, seguindo o regulamento.
Em campo neutro do Floresta, a partida aconteceu no dia 19 de janeiro. As metas das equipes eram iguais: ser campeão, mas os objetivos reais em campo se diferiam. O Palestra buscava conquistar o título pela primeira vez, enquanto o Paulistano tentava manter a predominância e ser pentacampeão.
Na primeira etapa de jogo, o placar não saiu do zero. Já na etapa complementar, o Palestra abriu o placar com Martinelli, aos cinco minutos de jogo. A vantagem palestrina não durou muito, já que, minutos depois, Mário igualou o marcador. O jogo seguiu e os italianos novamente ficaram na frente, com gol de Forte. Daí em diante, o Paulistano não poupou a pressão, porém, não havia tempo para mais nada. Ao som do apito final, o Palestra se sagrava campeão pela primeira vez em sua história.

O Derby Paulista

Considerado um dos maiores clássicos da atualidade, o grande Palmeiras x Corinthians foi denominado Derby Paulista pelo jornalista Thomaz Mazzoni, que se inspirou na mais importante corrida de cavalos do mundo, o Derby de Empsom pelo fato de que, assim como nos jogos entre as duas equipes, lá também é quase impossível haver um favorito para conquistar a vitória.
Com provocações desde os primórdios da história de ambos os clubes, Palmeiras e Corinthians sempre soltavam faíscas quando se enfrentavam, porém, a década de 90 talvez tenha sido o ápice da rivalidade. Nesse período houveram dois acontecimentos que sempre serão lembrados, seja positiva ou negativamente, pelos dois lados.
Na final do Paulista de 1999, quando o Corinthians iria ser campeão, Edilson Capetinha provocou os rivais fazendo uma série de embaixadinhas dentro de campo.

 No ano seguinte, os clubes se encontraram novamente, mas dessa vez na semifinal da Copa Libertadores. A decisão da vaga foi para os pênaltis e Marcos defendeu um pênalti decisivo de Marcelinho Carioca.

O Choque-Rei

O confronto entre Palmeiras e São Paulo é um dos mais equilibrados dos clássicos paulistas e os jogos são marcados por uma mistura de brigas e futebol arte. A rivalidade entre os clubes recebeu o apelido de Choque-Rei na década de 40, dado pelo jornalista Tomaz Mazzoni.
A principal característica do clássico é o equilíbrio, em vários aspectos, como a disputa pela segunda maior torcida do Estado de São Paulo e a terceira maior do Brasil, a briga pelo maior número de participações na Copa Libertadores (15 do Palmeiras e 16 do São Paulo), relevância nacional de cada time (Palmeiras como o maior campeão nacional e de Campeonatos Brasileiros, 11 e 8, respectivamente, e o São Paulo como um dos maiores vencedores de Campeonatos Brasileiros, com seis títulos no total), entre outras coisas.
Atualmente, Palmeiras e São Paulo estão entre os clubes mais populares do país, por conta dos inúmeros títulos conquistados por ambos em toda a história do futebol brasileiro. 

Clássico da Saudade

Referindo-se ao fato de reunir os dois maiores times do futebol paulista no auge do futebol-arte brasileiro, o confronto entre Palmeiras e Santos foi denominado o Clássico da Saudade. O Verdão contava com Ademir da Guia como principal craque, enquanto o Peixe tinha Pelé.
Na época, o Santos de Pelé era considerado uma das melhores equipes do mundo, isso se não fosse a melhor. Porém, apenas um time no Brasil foi capaz de parar o Peixe: o Palmeiras, que tirou algumas taças da equipe santista em seu auge, como os Paulistas de 1959, 1963 e 1966. Nos confrontos entre as equipes, o espetáculo era sempre garantido.
Na década de 60, o Santos teve a incrível marca de se sagrar campeão paulista oito vezes. O Palmeiras, por sua vez, conseguiu interromper a série de vitórias do alvinegro praiano duas vezes: em 63 e em 66.

A torcida

Assim, como o clube, a torcida do Palmeiras também foi crescendo e ganhando espaço no país. Por conta do pioneirismo, o clube ganhou muitos sócios no interior. Com isso, o clube ganhou muita popularidade no Estado de São Paulo. Caravanas eram feitas para que os torcedores do interior pudessem ver os jogos do Palmeiras nos tempos da Academia, nas décadas de 60 e 70.
 Além dos torcedores normais, o Verdão conta com o apoio de várias Torcidas Organizadas, como a Torcida Uniformizada Palmeiras (TUP), fundada em 29 de novembro de 1970, sendo a torcida palmeirense mais antiga em atividade, e Mancha Verde (MV), fundada no dia 11 de janeiro de 1983, a maior torcida organizada da Sociedade Esportiva Palmeiras.
A torcida palmeirense além de exigente, também se mostra muito criativa. Na década de 70, rivais corintianos chamavam os palmeirenses de porcos, visando ofender os torcedores rivais. Dez anos depois, no dia 29 de outubro de 1986, o Palmeiras venceu o Santos por 1 a 0 e a torcida comemorou a vitória do clássico entoando nas arquibancadas os gritos de “…e dá-lhe porco, e dá-lhe porco, olé, olé, olé…”. Na semana seguinte, Jorginho, que era ídolo do time na época, posou para a revista Placar com um porquinho nos braços. Daí em diante, o Palmeiras adotou o porco como mascote.

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